domingo, 13 de junho de 2010

Nacionalismo

O sentimento de nacionalismo pode ser descrito como "sentimento de pertencimento a uma nação.", e nação ,por sua vez, foi descrita por Benedict Anderson como "nada mais é do que uma comunidade limitada, soberana e, sobretudo, imaginada; Limitada porque por maior que elas sejam, sempre haverá fronteiras finitas; soberana porque pressupõe lidar com um grande pluralismo viva e finalmente imaginada, porque seus indivíduos, mesmo nunca conhecendo integralmente uns aos outros, compartilham signos e símbolos comuns, que os fazem reconhecer-se como pertencentes a um mesmo espaço imaginário."
O que é muito diferente de Pátria, que é o lugar onde você nasce,com limiter físicos e tudo.
Tendo isso esclarecido, podemos entender por que esse sentimento de nacionalismo é tão importante nos dias de hoje... O ser humano é uma ilha,e pouca veszes se dá ao luxo de ir até a costa para ver a paisagem toda. As pessoas precisam sentir-se parte de algo, precisam ter algo pelo que lutar, algo em que acreditar. Hoje temos poucas formas de nos expressar,e muitos de nós represam esses sentimentos e geram explosões que muitas vezes não maléficas para elas e para a sociedade; Isso é um bom exemplo de catarse. Então,o futebol é usado como arma contra a população,e muitas vezes impede que vejamos o que está acontecendo por desviar nossa atenção ..Mas se não fosse por ele, as pessoas talvez nunca se sentissem parte de algo,e estariamos cada vez mais mergulhados num poço de egoismo.

Gustavo Henrique

Campeão

Era uma vez um campeão. Sim,um campeão! Um menino chamado Kleberson, que vivia de baixo de um viaduto com a mãe os dois irmãos e talvez um resto de esperança aqui e ali... Todos os dias ele ia até a banca de jornal ver as manchetes, com a espera de ler ali algo que fizesse seu dia um pouco melhor. Corinthiano de berço, ele ficava fascinado toda vez que via o placar a favor de seu time, ele não tinha nada, ele não era ninguém, porém por alguns instantes um sorriso se esboçava em sua face sórdida.
Assim como Lucas, quase toda população brasileira, e boa parte da população mundial, alimentam esse sentimento de catarse... Colocamos pra fora sentimentos frustrados e liberdades reprimidas, pois não é aceitável, moral e eticamente, descontar isso na sociedade. Futebol nada mais é do que um pão e circo dos tempos atuais, e talvez até mais antigos. Queremos guerra, mas não lutamos, queremos mudanças mas não mudamos, queremos voz mas não temos opinião, queremos propor idéias e sermos ouvidos, porém pensamos calados e continuamos surdos. Somos cegos para a realidade e surdos para a verdade. Esquecemos quem somos e por que somos, alias, nem sequer pensamos mais em coisas assim... Por quê? Porque não fomos educados pra isso... Desde pequenos já temos um time, já temos uma nação. Porém não temos uma idéia e muito menos opinião, afinal convenhamos que é muito mais fácil desenvolver idéias e opiniões que já existem e que são impostas desde sempre, do que criarmos as nossas próprias. Pensamos pelo que os outros pensam e daí formamos nosso caráter... Esquecemos a muito tempo de que o caráter é formado pelo que pensamos, e não o contrário.
Futebol é e por muito tempo irá continuar sendo nosso porto seguro, temos algo com que podemos nos preocupar e que nos faz felizes sem nem ao menos afetar diretamente nossas vidas. Se o seu time ganha e um paciente em estado terminal ganha a doação de órgão que tanto precisava pra sobreviver, tudo no mesmo dia, você é capaz de gritar e comemorar pela vitória do time, mas não pela vida que foi poupada. Os dois não interferem diretamente em nada na sua vida, você continuará sendo você e sua vida ainda será a mesma... A diferença entre os dois, assim como a diferença entre mártir e suicida, é a cobertura da mídia.
E o Kleberson? Chorava quando descobriu que seu time havia perdido o campeonato na final, quando foi atingido por uma bala perdida. Seu corpo foi jogado em alguma vala da capital, e nem o time nem ninguém, somente sua mãe e seus dois irmãos perceberam o triste fim de sua existência. Era uma vez um campeão.



Gustavo Henrique de Faria.

A Política Do Pão E Circo


Na Roma antiga, a escravidão na zona rural fez com que vários camponeses perdessem o emprego e migrassem. O crescimento urbano acabou gerando problemas sociais e o imperador, com medo que a população se revoltasse com a falta de emprego e exigisse melhores condições de vida, acabou criando a política “panem et circenses”,  a política do pão e circo. Este método era muito simples: todos os dias havia lutas de gladiadores nos estádios (o mais famoso foi o Coliseu) e durante os eventos eram distribuídos alimentos (trigo, pão). O objetivo era alcançado, já que ao mesmo tempo em que a população se distraia e se alimentava também esquecia os problemas e não pensava em rebelar-se. Foram feitas tantas festas para manter a população sob controle, que o calendário romano chegou a ter 175 feriados por ano.
Esta situação ocorrida na Roma antiga é muito parecida com o Brasil atual. Aqui o crescimento urbano gerou, gera e continuará gerando problemas sociais. A quantidade de comunidades (também conhecidas como favelas) cresce desenfreadamente e a condição de vida da maioria da população é difícil. O nosso governo, tentando manter a população calma e evitar que as massas se rebelem criou o “Bolsa Família”, entre outras bolsas, que engambela os economicamente desfavorecidos e deixa todos que recebem o agrado muito felizes e agradecidos. O motivo de dar dinheiro ao povo é o mesmo dos imperadores ao darem pão aos romanos. Enquanto fazem maracutaias e pegam dinheiro público para si, distraem a população com mensalidades gratuitas.
Estes programas sociais até fariam sentido se também fossem realizados investimentos reais na saúde, educação e qualificação da mão-de-obra, como cursos profissionalizantes e universidades gratuitas de qualidade para os jovens. Aquela velha frase “não se dá o peixe, se ensina a pescar” pode ser definida como princípio básico de desenvolvimento em qualquer sociedade. E ao invés dos circos romanos, dos gladiadores lutando no Coliseu, temos nossos estádios de futebol e seus times milionários. O brasileiro é apaixonado por este esporte assim como os romanos iam em peso com suas melhores roupas assistir as lutas nos seus estádios. O efeito político também é o mesmo nas duas épocas: os problemas são esquecidos e só pensamos nos resultados das partidas.
A saída desta dependência é a educação, e as escolas existem em nosso país, mas há muito que melhorar. Os alunos deveriam sair do Ensino Médio com uma profissão ou com condições e oportunidades de cursar o nível superior gratuitamente, e assim garantir seu futuro e de seus descendentes. Proporcionar educação de qualidade é um dever do estado, é nosso direito, mas estamos acomodados e acostumados a ver estudantes de escolas públicas sem oportunidades de avançar em seus estudos, e consideramos o nível superior como algo para poucos e privilegiados (apenas 5% da população chega lá). Precisamos mudar nossos conceitos e ver que nunca é tarde para exigirmos nossos direitos. 
Somente com educação e cultura os brasileiros podem deixar de precisar de doações e assim, se desligar desse vínculo com o “pão e circo”, pois estes são os meios para reduzir a pobreza. Precisamos de governos que não se aproveitem das carências de seu povo para obter crescimento pessoal, e sim que deseje crescer em conjunto.


Fonte do Artigo - http://www.artigonal.com/politica-artigos/a-politica-do-pao-e-circo-584140.html